sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

No pain, no gain

É normal que os homens mais musculosos sejam admirados nas academias e na mídia. Nem sempre o mesmo acontece com as mulheres. Mulheres que treinam duro, demonstram força no corpo, na mente e no espírito.
Na minha opinião, o preconceito contra o corpo musculoso tem uma raíz: A SEPARAÇÃO ENTRE MENTE E CORPO. O corpo musculoso nada mais é do que um corpo em evidência. Os músculos são a expressão da estrutura e do movimento. Não é por acaso que as frases mais comuns associadas a esse preconceito expressam exatamente isso: “muito músculo, pouco cérebro”. Nesse sistema, “cérebro” se opõe à “músculo”, quem tem força apenas executa e não raciocina. Mas... e sempre tem um mas – os corpos musculosos exercem atração sexual. Isso não há quantidade de preconceito que consiga aplacar totalmente. Além disso, o desempenho sexual de pessoas musculosas é superior ao das pessoas não-musculosas (e infinitamente maior do que o das sedentárias). O resultado disso é que se desenvolveu essa relação esquisita e ambivalente com os corpos musculosos: “detesto mas quero”. “Não quero pra casar, mas quero comer”. Isso e o fato de sermos raras (não é toda hora que vc encontra uma mulher musculosa, definida e, portanto, em geral somos de certa forma, “diferentes”), atrai uma coisa diferente do simples preconceito: a curiosidade e a segregação. Que estão relacionados também a inveja. De maneira geral, acho que apesar de já ter me deparado com preconceito, ele é administrável. A não ser em poucas situações, é fácil de contornar e não chega a atrapalhar. Mesmo para nós, mulheres, cujos corpos musculosos são uma grande controvérsia (afinal, somos ou não machonas? Homens gostam de corpos musculosos ou não?), não percebo grandes incômodos. Minhas amigas que treinam forte são quase todas bem casadas ou namoradas, eu tenho uma vida amorosa tranquila e a vida vai indo como tem que ser. As mulheres que optam por um treino mais pesado devem ser aplaudidas pelo esforço e a coragem de romper barreiras e preconceitos, assim como por adotar um estilo de vida de privações e treinos árduos. É triste ter que ouvir “…e ai? tá tomando um produto, né? Pra tá assim, com certeza vc tá tomando um produto... " A insinuação se refere ao uso de hormônios masculinos para conseguir baixar a taxa de gordura e aumentar os músculos ao mesmo tempo. Novamente o velho preconceito e despeito que considera que alguém para chegar a um nível de rendimento necessita fazer uso de alguma formula mágica ou substancia ergogênica ilícita (como os hormonios masculinos sinteticos).
A musculação vai muito além do físico. É disciplina, é auto controle, é superação, é alcance de resultados através do próprio esforço. É saúde, física e mental. Claro, que nós mulheres temos um preço a pagar por isso. Faz parte. No pain, no gain.
P.S. Dedico esse texto a Thiago, meu personal trainer e grande amigo, que me ensinou na prática que grandes resultados requerem esforço, dedicação e perseverança. Obrigada por tudo Xuxu.

2 comentários:

  1. Concordo plenamente com você Carol em tudo que fala...

    Hoje em dia dar-se o preconceito (corpo perfeito = drogas) por ser o caminho mais rápido de algumas pessoas e pra nao dizer a maioria delas e automaticamente somos analisados pela ação da maioria.

    Mas se parar pra analisar é até mesmo um orgulho a nosso esforço que nos faz analisar, se eles pensam assim é porque tenho um corpo de quem teoricamente toma drogas... se nao tomo... não preciso...

    PONTO PRA VoCÊ e pra THIAGO...

    Quem dera se todos procurassem esse caminho.

    FELIZ NATAL e um ANO NOVO massa!!!

    Fui!!!

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  2. ...Sou mais macho que muitos homens... Esta frase é da letra de uma musica de Rita Lee e lembrei quando estava lendo seu texto; e acredito que bem por aí.
    Bjs.
    Luciana

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