Piloto Automático

É impressionante... basta chegar essa época de fim de ano e festas pra bater uma nostalgia... daqui pro reveillón só piora. Esse período, do Natal até pouco depois do reveillón, é o pior pra mim. Sempre foi. Me sinto fragilizada, vulnerável, humor instável, carente e descrente. O que me resta agora é pedir que o tempo corra e chegue logo dia 05 de janeiro, que é quando o mundo começa a voltar ao normal pra mim e eu posso desligar meu piloto automático. Já fiz o balanço de 2008, já pensei e reavaliei tudo. Já sei o que não quero pra mim em 2009. E vc?

Meu presente de Natal...

Sou de poucos amigos. Bem poucos. Sábado à noite, meu telefone nunca foi de tocar muito, não faço o tipo "popular" quando chego em festas. Minha mãe sempre diz que "amigos de verdade podem ser contados nos dedos de uma só mão - e ainda sobra dedo". Verdade verdadeira. Amizade envolve cumplicidade, amor, intimidade, preocupação e dedicação. De certa forma e eu não tenho como oferecer tudo isso, de forma plena a 50 pessoas, quem sabe a 10. Na vida somos rodeados por muita gente e saõ todos importantes, cada um faz parte de um momento especial e de acordo com esses momentos, as pessoas tornam-se mais ou menos importantes. Personagens principais e secundários, depende do capítulo da novela nossa de cada dia. Assim é a minha vida.
Ex-namorados, parceiros de academia, colegas de trabalho, galera da balada, paqueras, mas que não pode - e não deve - ser chamado de amigos. Simplesmente porque esperar dos outros atitudes que eles não terão é vacilo. É estupidez exigir que cada cidadão que topasse conosco na rua e perguntasse como estamos se importasse realmente com nosso estado emocional. Infelizmente nem sempre sabemos diferenciar gregos de troianos.
Já aprendi uma coisa importante: a distância é muito mais significativa que a presença diária. Isso significa que o que realmente importa, não é se existe um elo material que nos ligue a alguém, porque a faculdade acaba, vc troca de emprego, muda de academia, fica solteiro ou se casa. E ai? Será que mesmo depois disso tudo, as coisas continuarão como antes entre vocês? Na minha experiência, não.
Pseudo-amigos sempre vão surgir. Não tente julgá-los. Alguns, realmente pensam ser seus amigos, outros estão de fato mal intencionados e poucos, realmente se tornarão seu amigo. Mas, no geral, apenas relaxe, preste atenção nos detalhes (sim, dá pra fazer as duas coisas !!) e se divirta com cada novo capítulo da tal novela!

Não tenho a pretensão aqui de definir amizade, longe de mim. Apenas sei que meus amigos sentem quando estou triste ou irritada só pelo tom da minha voz. E eu sei quando algo os atinge, só pelo olhar. E quando tenho que dizer uns desaforos pra eles, eu digo tomando uma cerveja mesmo, sem dramas. Quero fazer parte da vida de meus amigos com a única intenção de que isso seja bom, construtivo e agradável.
Não preciso ir a festas, jantares, baladas ou comemorações para encontrá-los: é só pegar o telefone. E nem preciso dizer quem é. Não tem nada como ouvir um "tudo vai ficar bem, querida", porque nem tudo vai ficar (mas o medo diminui quando sabemos que temos com quem contar caso isso aconteça).
Nos sentimos igualmente à vontade num restaurante fino ou num boteco de esquina.
Não precisamos mentir um pro outro. Não é pelos sucessos e realizações que nos gostamos. Não só por eles, aliás.
Somos humanos um perante o outro e quando fazemos nossas merdas, até rimos delas (depois de ouvir um sermão se for preciso).

Sabe qual o meu presente de Natal? Os meus amigos. Sabe qual o meu pedido para o Ano Novo? Que essas amizades se fortaleçam e se possível for, que novas amizades aconteçam.

No pain, no gain

É normal que os homens mais musculosos sejam admirados nas academias e na mídia. Nem sempre o mesmo acontece com as mulheres. Mulheres que treinam duro, demonstram força no corpo, na mente e no espírito.

Na minha opinião, o preconceito contra o corpo musculoso tem uma raíz: A SEPARAÇÃO ENTRE MENTE E CORPO. O corpo musculoso nada mais é do que um corpo em evidência. Os músculos são a expressão da estrutura e do movimento. Não é por acaso que as frases mais comuns associadas a esse preconceito expressam exatamente isso: “muito músculo, pouco cérebro”. Nesse sistema, “cérebro” se opõe à “músculo”, quem tem força apenas executa e não raciocina. Mas... e sempre tem um mas – os corpos musculosos exercem atração sexual. Isso não há quantidade de preconceito que consiga aplacar totalmente. Além disso, o desempenho sexual de pessoas musculosas é superior ao das pessoas não-musculosas (e infinitamente maior do que o das sedentárias). O resultado disso é que se desenvolveu essa relação esquisita e ambivalente com os corpos musculosos: “detesto mas quero”. “Não quero pra casar, mas quero comer”. Isso e o fato de sermos raras (não é toda hora que vc encontra uma mulher musculosa, definida e, portanto, em geral somos de certa forma, “diferentes”), atrai uma coisa diferente do simples preconceito: a curiosidade e a segregação. Que estão relacionados também a inveja. De maneira geral, acho que apesar de já ter me deparado com preconceito, ele é administrável. A não ser em poucas situações, é fácil de contornar e não chega a atrapalhar. Mesmo para nós, mulheres, cujos corpos musculosos são uma grande controvérsia (afinal, somos ou não machonas? Homens gostam de corpos musculosos ou não?), não percebo grandes incômodos. Minhas amigas que treinam forte são quase todas bem casadas ou namoradas, eu tenho uma vida amorosa tranquila e a vida vai indo como tem que ser. As mulheres que optam por um treino mais pesado devem ser aplaudidas pelo esforço e a coragem de romper barreiras e preconceitos, assim como por adotar um estilo de vida de privações e treinos árduos. É triste ter que ouvir “…e ai? tá tomando um produto, né? Pra tá assim, com certeza vc tá tomando um produto... " A insinuação se refere ao uso de hormônios masculinos para conseguir baixar a taxa de gordura e aumentar os músculos ao mesmo tempo. Novamente o velho preconceito e despeito que considera que alguém para chegar a um nível de rendimento necessita fazer uso de alguma formula mágica ou substancia ergogênica ilícita (como os hormonios masculinos sinteticos).

A musculação vai muito além do físico. É disciplina, é auto controle, é superação, é alcance de resultados através do próprio esforço. É saúde, física e mental. Claro, que nós mulheres temos um preço a pagar por isso. Faz parte. No pain, no gain.

P.S. Dedico esse texto a Thiago, meu personal trainer e grande amigo, que me ensinou na prática que grandes resultados requerem esforço, dedicação e perseverança. Obrigada por tudo Xuxu.

A fé no lugar da atitude

Hoje estava conversando com uma amiga sobre o desgaste dos "joguinhos da conquista". E falamos como seria tudo mais fácil se as pessoas aprendessem a ser mais transparentes nos seus desejos, vontades e sentimentos. Quer, quer, não quer, não quer, simples assim. E se arrisque. Na vida, nada garante nada. Tem um amigo meu, que usa um escapulário pois acredita ser o símbolo de sua proteção divida. Ok, essa proteção podemos pedir e acreditar. A fé nesse caso funciona. Mas aqui embaixo, no mundo dos mortais, precisamos correr riscos. Voltando aos joguinhos de conquista, eles cansam e pior, podem colocar tudo a perder. Tudo bem rolar um jogo de sedução, mas jogar o tempo todo para tentar conseguir uma "garantia" que tudo vai dar certo, é vacilo. Eu sempre fui mais fechada, não sou muito de falar de meus sentimentos, mas sou prática e direta, se enxergo possibilidades, me arrisco. Sem orgulho. Não posso acreditar que tem gente que ainda duvida, principalmente do que não é falado. Meu olhar me entrega totalmente. Fico de graça. Desperdício. Um homem tem que saber falar ou demonstrar o que sente e o que espera de você. Sem vergonha. Sem jogos. Sem orgulho. Medo de se envolver, medo de se expor, medo do que vão falar ou pensar de você... nada disso justifica jogar fora o que poderiam ser momentos deliciosos, não importa o quanto fossem durar. Colocar tudo isso a perder por orgulho ou medo... aí só tendo muita fé pra acreditar em milagres e achar que tudo vai se resolver, num passe de mágica. Aí, pra um milagre desse, usar escapulário é pouco, eu diria pra meu amigo. É tão mais fácil e saudável deixar o orgulho de lado. Na boa, prefiro um risco calculado do que pensar que perdi momentos maravilhosos por medo, orgulho ou indecisão. Se não der certo,então posso pegar meu barquinho, sem culpa nem "serás", e sair remando em busca de portos mais acolhedores. Vou embora, levando a certeza de que o melhor da vida é estar com quem sabe bem que me quer. E deixo a fé para as causas impossíveis.

Quase...

Poucas coisas são tão encantadoras quanto ser cortejada por quem estamos interessadas. Porém, quando as coisas não andam a gente tenta dar uma força ao destino. Às vezes me sinto uma idiota fazendo isso, um desperdício de tempo, uma exposição barata. É difícil não acreditar que o bom mesmo é quando as coisas acontecem naturalmente. Por que não se arriscar? A gente só perde o que já tem. Se pergunto porque uma pessoa nao se arrisca por outra, existem várias respostas... há quem diga que a pessoa pode ter um ritmo diferente do meu. Operam em uma marcha: a lenta. Um outro amigo diz que tem pessoas que tiraram a sorte grande na vida e nem sabem. Vou ficar com a minha versão. Triste, porém realista. Ele não se interessou por mim. É uma pedrada no meio da testa pensar assim, mas é a versão mais próxima da realidade. Sabe quando você olha para alguém e imediatamente se sente atraída pela pessoa? Com ele foi assim. Aquela coisa sem explicação. Eu o conhecia de vista e tudo que eu sabia é que ele era um charme. O tempo foi passando e tudo que eu fazia, era observá-lo, de longe. Tinha momentos que eu tinha certeza que havia uma certa reciprocidade no ar, mas aquilo nao era suficiente pra eu me arriscar. O tempo foi passando, e virava e mexia, o destino o trazia ao meu encontro, sempre, de alguma forma. Entre idas e vindas, a vida dele mudou, a minha também, e de repente eu o reencontro. Agora, em um meio em comum, passamos a ser "conhecidos" e eu me senti num túnel do tempo. Muita coisa mudou, mas a sensação foi a mesma ao vê-lo. Nas minhas reflexões e conversando comigo mesma, eu tentava me convencer: ele pode nao tá nem ai pra mim. Contamos sempre com esta possibilidade na vida, não? Me pergunto na tentativa de ser realista. E continuo explicando meu ponto de vista: Ele pode me olhar, mas não me ver. Aí eu lembro de certos momentos, de agora e de um passado recente e concluo: Eu tenho certeza absoluta que ele me olha e me vê. Na hora, esse pensamento me tranqüiliza, mas (sempre tem um mas para atrapalhar) eu nunca demonstrei pra ele o que eu sinto. Achei que a chance de demonstrar apareceria. No momento certo eu falaria ou agiria. Sem titubear. A oportunidade não veio (ou ele não deixou vir, não sei) e a vontade de demonstrar já virou mais uma página. Já conformada que talvez eu nunca fale sobre este assunto com ele, aprendi que o "quase" é a maior distância entre duas pessoas. Ele lá. Eu cá. Quase.

P.S. Dedico esse texto a Sassá.

Homem tem que ser bonito

Correndo o risco de parecer antipática, admito que penso exatamente como o Vinícius de Moraes: “As feias que me desculpem, mas beleza é fundamental.” E acredite, quando uma mulher diz que não liga a mínima para isso, ela está fazendo demagogia – ou então não passa de uma conformista !
Embora eu não chegue ao exagero de tirar todas as medidas de um homem antes de encarar um encontro, confesso que gordurinhas extras me derrubam. O desleixo então, me leva a perder todo e qualquer interesse. Aparência descuidada é um terrível banho de água fria.
Para mim, homem pode ser magro, mas não esquálido. Pode ter cabelos lisos ou ondulados, mas que sejam cheirosos, macios, bem cortados. Quando ainda por cima se veste com bom gosto e elegância, olha com um jeito expressivo e usa um bom perfume, não há quem resista! Trocando em miúdos, acho que homem bonito não é aquele que exibe traços perfeitos – e sim o que se cuida, que procura tirar o máximo de suas qualidades. Porque a aparência é o cartão de visitas de qualquer pessoa. O que desperta o meu interesse é o visual. Só depois procuro saber se além de bonito, charmoso e atraente, o cara tem miolos bastante para me conquistar por completo.
Claro que, se o bonito merece nota 10, o lindo e burro ganha média 5. Porém, estamos falando de beleza e não de inteligência. Não tenho uma única amiga que não fique mexida ao ver uma criatura linda e cheia de charme desfilando na frente dela. Por um motivo absolutamente óbvio: a sexualidade feminina, ao contrário do que muitos pensam, está intimamente ligada ao sentido da visão. Nada como um corpo bem feito para excitar uma mulher.
Vocês podem dizer que as mulheres que circulam com deuses de beleza a tiracolo são umas bobas: querem se exibir e deixar as amigas babando. Bom, claro que olhares de inveja massageiam o ego feminino. O meu barato, porém, é outro. O me torna feliz não são os olhares invejosos, mas sim o fato de perceber que um homem se fez especialmente belo pra mim. Assim, ele revela que está valorizando o encontro.
Dessa forma o relacionamento começa com o pé direito. A mulher vê que o cara está ligado nela e retribui. Existe algo mais decepcionante do que um homem bonito que relaxa com o passar do tempo? No mínimo mostra que ele não gosta de si mesmo. E poucas coisas estimulam tanto o sexo oposto como a autoconfiança. Já vivi de perto essa história de desleixo e não tenho vergonha de dizer, por mais fútil que possa parecer, que perdi o interesse na pessoa. No fundo nós mulheres adoramos ser dominadas por vocês. E a beleza exerce um domínio incrível sob o sexo oposto.