
Estava lendo um texto que fala que "apesar de termos vivido bastante e de termos aprendido muita coisa, a esperança sempre triunfa sobre a experiência". É fato, depois o castelo sempre vai desmoronar, mas por um momento, naquele momento de cegueira total, em que a esperança consegue nos dominar, acreditamos que estamos fazendo o certo. O meu erro foi absolutamente vulgar: achar que nada sairia do meu controle. É óbvio que uma hora, a cegueira nos deixa e conseguimos enxergar: o quadrado nunca vai encaixar no oval. Pode ser que você enxergue por ser inteligente ou simplesmente por cansar de tentar, mas uma hora vai ver claramente. Ninguém gosta de errar, mas tem coisas que não adianta que nos digam, temos que ir lá e pagar pra ver. Lembro que falei isso pra um grande amigo e ele me disse: "você está certa, você tinha que pagar pra ver que não daria certo e sentir isso." Ouvir isso foi como levar um murro na boca do estômago, mas depois consegui respirar aliviada. Apesar dos tropeços e escorregões, acho que finalmente estou começando a enxergar com lucidez e consigo portanto discernir quem eu quero e quem eu não quero ao meu lado. Onde eu quero e não quero estar. Lugares, pessoas e situações que são completamente vazias. Errei por perdoar demais. Passei a ser permissiva e não me dei conta disso. Por isso deixei passar pessoas e oportunidades. Fingi. Menti. Pra mim mesma, o que é pior. Agora, agradeço por ter aprendido que pedir atenção a quem não se importa comigo, não vale a pena. Pedir amizade. Exigir confiança. Discutir com gente ignorante.
Ainda bem que percebi a tempo que o lugar de algumas pessoas, é do outro lado da rua, com outras pessoas, falando sobre temas que em nada me interessam. O bom senso me devolveu a paz que por um tempo perdi por ter cometido a burrice de colocar minha felicidade na mão de "outros". Hoje, posso estar numa multidão de pessoas tristes em sua essência, ou vazias no seu interior, mas a minha felicidade não estará mais em outro lugar, senão dentro de mim mesma.


