domingo, 27 de março de 2011

A maternidade


A experiência de "ser mãe" é algo indescritível, por isso não tenho a pretensão de conseguir falar aqui sobre esse furacão de sensações. Mas posso dizer que a cada dia que passa, sinto-me mais forte e mais dona de minha vida. Ser mãe é algo que nos desafia a cada dia, que nos empurra para superar as nossas próprias expectativas, dia após dia.

Depois que pari, pude confirmar o que eu pensava antes. O peso da responsabilidade é enorme e isso será para sempre. Mas a maternidade é uma das várias faces da mulher e depois que temos o bebê, a vida continua e temos que seguir em frente.

Hoje, nos primeiros meses de vida do meu filho, sinto-me uma jovem aprendiz. Mas a sensação de desamparo e solidão também se fazem presentes. Por mais que tenham pessoas a minha volta, é você sozinha que é "a mãe" e isso ninguém pode mudar nem dividir com você.

Engraçado que durante a gestação eu achei que o amor de mãe era algo arrebatador e instantâneo, que eu sentiria a primeira vista, assim que olhasse pra meu filho, que seria tudo perfeito. Mas não é assim que acontece. No primeiro momento o sentimento é de proteção, você só pensa em proteger e proporcionar as condições para que seu filho fique bem e saudável. Mas esse sentimento é tão forte que te sufoca. Tomo banho de porta aberta pra poder ouvir qualquer ruído diferente que ele possa fazer, chego perto enquanto ele dorme pra ter a certeza de que está respirando... é realmente algo estranho! Mas agora sim que começa a surgir um outro sentimento, uma outra forma de amar. O amor de intimidade, de conhecer, de olhar nos olhos, de conhecer o choro, as caretas, o cheiro. É o amor que se constrói dia após dia. E deve ser assim que se constrói uma mãe também.

Ser mãe é maravilhoso, mas tem suas dores e dificuldades. A nossa cultura coloca a "mãe" num altar praticamente, como uma santa. Mas essa visão não contempla a mulher que está por trás daquela "mãe" ali, que tem todos os outros aspectos da sua vida que precisam ser conciliados com a maternidade e muitas vezes para fazer isso de forma digna ela tem que pagar um alto preço.

A maternidade é realmente algo divino, essa sensação de continuidade da vida é de fato, única. Mas não acredito que a maternidade seja um evento obrigatório para uma mulher sentir-se completa. Uma mulher não é mais mulher por ser mãe. Isso é uma ilusão. A maternidade deve ser algo desejado, e se uma mulher não deseja ter filhos isso não significa que ela não possa amar e se dedicar a outras pessoas de outras formas. Isso não a torna menos mulher do que uma que seja mãe.

É algo muito conflitante também. Em parte ser mãe é algo espontêneo, os cuidados dos primeiros dias é algo espontâneo, instintivo, uma coisa natural mesmo da fêmea com a sua cria. Mas todo o resto é um eterno aprendizado. E olhe que ainda tem muita coisa pela frente...

Muito importante: se informar e estar aberta às possibilidades. A maternidade nos faz descobrir que somos mais fortes do que pensávamos.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Surdo Mundo


Surdo Mundo. É o nome de um livro. Mas me inspirou a falar da surdez. Mas não a surdez de um deficiente físico, involuntária. Falo da surdez voluntária, aquela que dominamos e escolhemos quando ela irá atacar.
Não quero aqui banalizar, minimizar a deficiência auditiva, porque sei que qualquer deficiência é ruim e devemos respeitar os que convivem com ela, sobretudo os que fazem isso de forma digna. É como bem diz a sabedoria popular: "É melhor ouvir isso do que ser surdo" (quando ouvimos alguém falar uma bobagem muito grande).
Mas no meio de tanta bobagem, de tanta ignorância, de tanta falta de educação, de tanta futilidade, eu estou dando uma de maluca (ou melhor, de surda) e só socializo agora quando quero. Como diria minha mãe, "dou uma de João sem braço".
"O que? Não estou escutando nada..."
"Hein??"
As fofocas no corredor do escritório, as futilidades nos papos de academia, a falta de educação no trânsito, a falta de assunto na fila do banco, as queixas repetidas na hora do jantar, as perguntas incabíveis geradas pela insegurança, a indiscrição da vizinha desocupada, a má índole da ex mal amada.
"O que? Não estou escutando nada direito hoje..."
Simples assim. Tem horas que o mundo em que vivo é um "Surdo Mundo". Nada mais conveniente.

sábado, 17 de julho de 2010

Borboletas no estômago


Já ouviu falar naquela expressão "borboletas no estômago" ? É a sensação que temos quando experimentamos momentos de plena felicidade. Popularmente falando, é quando "flutuamos". Coisa boa, né?? A má notícia é que essa sensação vicia. Tudo culpa da dopamina, neurotransmissor da paixão e o mesmo que age nos casos dos dependentes quimicos.

Sensação de euforia, falta de sono, falta ou excesso de apetite, sorriso estampado no rosto, ver o mundo cor de rosa... é a lógica da felicidade. Que de lógico e racional não tem nada, convenhamos.

A notícia ruim? As tais borboletas, não podemos persegui-las, buscá-las... porque não adianta, quanto mais se corre atrás, mais ela foge de você. A notícia boa é que quando você menos esperar a tal borboleta pára no seu ombro... simples assim. Não se sabe quando nem de onde elas aparecem, mas que elas chegam, chegam. Sempre vai haver aquela dúvida, se tudo é obra do destino ou se nós é que o fazemos, mas o melhor de tudo é sentir as tais borboletas no estômago. Viver e não sentir isso seria um desperdício.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Reflexões


"Só existe amor real depois que a solidão se tornar uma boa companhia, porque só quem se sente a vontade consigo mesmo pode ter algo a oferecer a quem quer que seja."


"Amar pra mim, é como comer manga: o prazer é diretamente proporcional a lambança e ao tempo que se demora para tirar os fiapos. E dai se mancha? Tudo na vida tem seu preço. E tem coisa que vale cada centavo."


Créditos: Ailin Aleixo


Depois do dia dos namorados, nada como reflexões práticas, diretas, realistas e porque não, românticas!!!!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sobre elas: as mal amadas


Poucas coisas são tão ruins como mulher mal amada.
O nome mesmo já diz tudo: uma mulher mal amada, pode fazer o bem a quem pelo amor de Deus??!!
Não é possível, que ninguém percebeu isso ainda e não deferiram uma lei que tirem esses seres nocivos do convívio social. É pai, mãe, filhos, amigos, inimigos, conhecidos, o padeiro, o carteiro... sabe aquele ditado? Nesse caso, com uma pequena adaptação: "Fazer o mal, sem olhar a quem..." Eis o lema delas.
Confesso que não sou especialista na área (graças a Deus) e não consigo reconhece-las de longe... mas são como caminhão de lixo, deixam um rastro de fedor por onde passam e logo você percebe que uma espécie dessa passou por ali.
De perto, é fácil notar quando estamos diante de uma: sorriso falso, olhar nervoso, atitudes desesperadas. Uma mulher mal amada, não tem paz. Repare. Sempre cavam a própria cova. Cedo ou tarde elas despencam do castelo de areia que construiram.
O que as deixa mais desnorteadas é a felicidade alheia. Sobretudo, a felicidade dos seus alvos. Chega a ser opressor pra ela, testemunhar a felicidade de alguém que no fundo, mexe muito com ela.
Uma mulher mal amada é uma bomba relógio. Elas fazem um mudo falar, um surdo ouvir, põem palavras na sua boca, inventam conversas que nunca aconteceram, lhe colocam em situações que nunca existiram. Jogo sujo é com elas. É uma situação penosa, principalmente para aqueles que estão ao lado dela sem poder se defender. Pessoas inocentes, que pagam caro simplesmente por terem que conviver com criaturas assim. E eu costumo dizer que não há sentimento pior que pena... mas é a única coisa que dá pra sentir de gente assim: pena.

domingo, 30 de maio de 2010

Quando é pra valer?


Discutindo temas de sessões de terapia... quando é que podemos ter a certeza que o "amor é pra valer"? Fiquei me perguntando isso outro dia.Tentei discutir o tema com algumas amigas, em papos-cabeça, em mesas de bar... a conclusão foi essa: quando você passa mais tempo pensando no que sente do que realmente sentindo, NÃO É PRA VALER. O amor, esse, na sua essência, ele não pode ser explicado, nem entendido. Ele simplesmente é sentido.
Quando você olha para aquele ser, ali na sua frente e sente que mesmo com todos os defeitos que você mais odeia nele, ainda assim, você o ama, você o deseja...
Quando essa criatura, é a melhor parte do seu dia...
Quando mesmo depois de todas as discussões, desentendimentos que possam haver... logo depois você olha pra ele e sente que nada do que você sentia mudou...
Quando você pensa que faria sacrifícios, passaria por privações para não sair do do lado daquela pessoa... acredite, é pra valer.
Amar alguém é algo incrível, é como sentir que nesse mundo de gente doida, com tanta crueldade, você tem um lugar ao sol, você tem um lugar de paz, um lugar que pode chamar de seu.
Depois de tantas discussões, de tanto tentar achar um fator determinante, que nos sinalizasse QUANDO O AMOR É PRA VALER, entendi o que estava óbvio, ali, diante de mim. Não existe um fator, não existe uma dica, um sinal. Sabe aquele ditado, que diz "a vida é o que acontece enquanto fazemos planos" ? Pois é, é por ai. O amor pra valer vai acontecer enquanto você estiver procurando os sinais, quando você menos esperar. Quando você achar que estava fazendo um rascunho, vai se dar conta que aquele desenho é pra valer. E não tente entender... esqueça. O máximo que você vai fazer, é sentir.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Quarta feira de cinzas chegará para todos...


Comentei com uma amiga minha esses dias que nesse carnaval as bruxas estão fazendo a festa, literalmente... o que tenho visto de relacionamento em crise, casais "dando um tempo", abalados e muitos até terminando... fiquei pensando... será que é realmente coincidência???
Inquieta e com a imaginação fértil como eu sou, comecei a deduzir algumas teorias que expliquem tal movimento.
Verão, época de altas tempuraturas, corpos bronzeados, pouca roupa, hormônios à flor da pele... muita festa, muita gente, turismo em alta, muita novidade na cidade. Talvez esses sejam alguns elementos que propiciem, digamos assim, uma situação perigosa para relacionamentos estáveis. Mas cá entre nós, o vento só derruba o barraco que não foi bem edificado. Fale sério... o que eu acho mesmo é que costumamos, por medo, insegurança ou comodismo mesmo, colocar a poeira pra debaixo do tapete e uma hora, não tem jeito, as coisas acontecem. Sempre defendo a tese do egoísmo que não invada o espaço do outro, em outras palavras, faça o que precisa ser feito pra vc ser feliz. Foi esse o conselho que dei pra uma grande amiga que encontra-se agora num dilema desse... deram um tempo e agora ela tem medo de tomar a decisão, seja ela qual for. A verdade é que antes de ir pra batalha é melhor decidir o quanto você está disposto a perder. Meu conselho não valeu muito pra ela nesse momento justamente porque ela não sabe o quanto está disposta a perder, logo não sabe o que a fará feliz. Muitas vezes ir até aquilo que é gostoso significa abrir mão do que sabemos que é certo.
Ela decidiu que vai curtir o carnaval e depois pensa o que vai fazer da vida. Prudentemente, eu respondi: "Faça como achar melhor, mas lembre-se que quarta-feira de cinzas chegará para todos..."
Entendeu ou quer que eu desenhe??
Feliz carnaval pra todos!!